Como aquela taça de vinho que eu não tomei. A taça que se tivesse olhos teria atravessado a menina dos meus olhos e enxergado a única verdade que eu não disse.
Como aquele bar que eu só vi do lado de fora, fiquei parada na calçada pensando se era realmente pra eu estar ali. A calçada e eu, melhores amigas.
Como os sapatos que eu tirei pra dançar as músicas do Tim Maia e as meias finas que tocaram o chão. Talvez elas tenham acreditado que vestiam as pernas de uma dançarina.
Como um sorriso que se dá ao dizer tchau e perceber que ninguém desligou o telefone.
Como quando se olha pra porta, a mesma porta de todos os dias, e por ela ver um beija-flor azul.