
Nos domingos chuvosos, acabo gastando meu tempo em casa, assisto pela janela o dia passar.
Nessas horas é que sinto no fundo do peito uma vontade de sair por aí. Fico com saudade do sol, do céu azul, das pessoas bonitas andando pela rua, sinto saudades de ver o mundo em movimento.
Uma vez meu amigo Lucas escreveu sobre a importância da ausência. Ele disse que todo mundo precisa de um pouco de ausência. Acho que entendo o que ele quis dizer. Só não sei se pela mesma razão.
Na ausência descubro saudade, quando é saudade é tão bom. Quando é saudade que pode ser matada, melhor ainda. Já resolvi ausência e saudade num abraço demorado, desses que roubam perfume e batidas do coração.
Na ausência já descobri o não querer, e aí a ausência vira libertação. A ausência tem isso de desiludir.
A ausência também pode revelar o querer de alguém, um tipo de querer que não se pode viver sem.
A ausência é irmã da solidão. Todo ser humano precisa de solidão (em doses homeopáticas).
É sempre na ausência que descubro e é na presença que eu sinto.
É por isso que mesmo amando o movimento, eu agradeço quando chove lá fora e o mundo toda para pra eu poder parar também.