Não tinha o tamanho certo para caber em suas mãos,
por isso me fiz menos intensa, e contive cada palavra.
Segurei o riso e o abraço.
Fechei os olhos, apertei os lábios.
Guardei a saudade no peito e a esmaguei devagarinho.
Calei as palavras, fechei portas.
Andei mais devagar, esperei e esperei.
Deixei passar, assim como passam as nuvens no céu sem que você possa notar,
não me notou, uma nuvem branca, sozinha, passando devagar.
E de tanto me reduzir pra caber em suas mãos, sumi, como somem as nuvens
num céu azul… E foi assim que descobri que não sou nuvem passageira.
Eu sou o céu
E o céu não foi feito para caber na palma das mãos.