Uma borboleta invadiu meu quarto.
Entrou pela janela durante o dia. Espalhou cor sobre a minha cama, sobrevoou o guarda-roupas, se exibiu com a certeza de ser linda.
Ela foi embora por onde entrou.
Não deixou rastros.
O quarto permanecia o mesmo.
O mesmo que era antes de receber a linda e colorida borboleta.
Mas eu sabia, eu vi. Ali entrou uma borboleta. E ela voou pra mim, ou talvez pra ela mesma, mas eu pude ver.
E o belo só é belo quando alguem vê.
Volte um dia, borboleta.
Me visite.
Me traga cor, que às vezes os dias aqui são tão cinzas sem você.