Procurei no horóscopo de hoje, nos erros grotescos da previsão do tempo que não previu nada, procurei na memória sobre o sonho que tive. Nenhum sonho, não que eu lembre.
Procurei nas mensagens ignoradas… foram todas respondidas.
Procurei em algum lugar no passado que eu ainda não esqueci, algum lugar inabitável.
Tentei adivinhar o futuro em busca de algo tão ilusório quanto a previsão do tempo.
Me resta o espelho. A imagem refletida diz que há algo errado, só não me dá as respostas.
Sou um problema refletido, há algo que dói, algo que não se encaixa.
O rosto entrega o cansaço, o espelho me diz que talvez eu nunca encontre o que procuro, e mesmo assim vou procurar.
E talvez seja por isso que vasculho sonhos, vejo o horóscopo, leio mensagens, e escolho roupas depois de ver a previsão do tempo, tudo isso faz parte de dormir, acordar, viver, sentir. Mesmo que um dia, ou dois, ou cinco sejam tão ruins que me façam crer que não existem respostas, apenas perguntas e perguntas e perguntas.