Toda vez que escrevo é pra tirar um pouco de mim pra dar pra alguém, é pra morar em outra pessoa nem que seja só um pouquinho.
É pra plantar no outro uma semente das minhas emoções.
No final é tudo sobre mim, até quando escrevo sobre alguém.
E quando falo de amor, falo sobre como amo.
E quando falo de sofrimento, falo como sofro.
Um mundo inteiro girando ao meu redor, um conhecimento limitado e completamente egocêntrico de todas as sensações humanas aplicadas apenas sobre um ser humano.
E talvez, quando digo que amo, talvez eu ame a pessoa que eu sou ao lado de alguém
E quando digo que odeio, talvez seja assim também, odeio quem sou ao lado deste outro alguém
E pode ser que me despedir de alguém seja assim tão difícil, porque de certa forma estou dando adeus a uma parte de mim.
E assim descubro que talvez eu seja isso, um EU, EU e EU, e onde existe apenas eu onde haverá um nós?