É possível que a gente passe uma vida inteira se perguntando o porquê de tanta coisa.
O porquê de não ter tido o paizão que todo mundo teve, ou de até não ter tido um pai.
O porquê de tanta batalha perdida numa guerra sem fim por um lugar no mundo, quando alguns nem sequer suam ao se levantar.
O porquê do medo de perder e assim ter mais medo ainda de se entregar.
O porquê de apesar de todo o bem feito, o mal parece prevalecer.
Poderia ser uma vida inteira apenas me perguntando, vendo o sol nascer e se pôr, e nascer de novo e se pôr. E é vendo o por do sol e o nascer do sol, que eu entendo que apesar de tudo, ele ainda nasce e se poe, e ainda é uma das coisas mais lindas pra se ver, e sempre será. Apesar de todos os porquês. O sol ainda é o sol, a lua ainda está lá no alto mesmo quando não a vejo, a terra ainda gira, ainda chove, ainda neva em algum lugar, e eu, apesar de todos os porquês, também estou aqui, e de alguma forma faço parte de tudo isso, continuo a nascer e a me por.